Texto de: Tarcísio Paulo Dos Santos
Vencedor do Oscar de melhor animação em curta-metragem, "A Casa de Pequenos Cubinhos" (Tsumiki no ie, 2008) foi dirigido pelo japonês Kunio Kato. Com apenas doze minutos de duração, o curta narra a história de um senhor que vive sozinho em uma cidade que sofre com uma inundação gradativa. Conforme a água vai subindo, o senhor precisa levantar um andar de sua casa, acima do nível da água. Quando seu cachimbo favorito cai e vai parar no andar abaixo, onde ele vivia antes com sua esposa já falecida, o velhinho decide comprar uma roupa de mergulho e ir atrás dele.
Vencedor do Oscar de melhor animação em curta-metragem, "A Casa de Pequenos Cubinhos" (Tsumiki no ie, 2008) foi dirigido pelo japonês Kunio Kato. Com apenas doze minutos de duração, o curta narra a história de um senhor que vive sozinho em uma cidade que sofre com uma inundação gradativa. Conforme a água vai subindo, o senhor precisa levantar um andar de sua casa, acima do nível da água. Quando seu cachimbo favorito cai e vai parar no andar abaixo, onde ele vivia antes com sua esposa já falecida, o velhinho decide comprar uma roupa de mergulho e ir atrás dele.
Com muita
simplicidade, "A Casa de Pequenos Cubinhos" é uma delicada metáfora
para as lembranças de nossas vidas. O andar atual onde vive o senhor, assim
como todos os outros andares de suas casas anteriores, são animados no
curta-metragem com traços que muito lembram um papel envelhecido. A cor sépia é
predominante durante todo o filme, justamente remetendo ao passado de seu
personagem, que mesmo com as fotos que mantém penduradas na parede, parece ter
se desapegado ao ato de recordar.
A água cujo nível aumenta de tempos em tempos,
pode ser facilmente reconhecida como a ação do tempo que cobre nossa história e as
recordações mais significativas de nossas vidas. Antes de deixar o cachimbo
cair, o senhor, agora em sua vida solitária, costuma fazer suas refeições
completamente só. Como companhia lhe resta a televisão, objeto que simboliza no
curta uma forma de alienação que reforça o fato do personagem deixar sua vida
mais de lado.
Quando chega
a hora de construir o novo andar de sua casa, o colocar tijolos que formarão a
parede, é frisado no curta como forma de seguir em frente sempre no presente, o
que também é importante para nós. Mas sua decisão em buscar o cachimbo está o
aprendizado de voltar ao passado e perceber que a vida também não é apenas
olhar para frente. Modesto e melancólico, "A Casa de Pequenos
Cubinhos" é uma bonita forma de representar a importância de se lembrar e
como nossa história, mesmo submersa na água do tempo, pode nos fazer muito bem
quando apreciada de vez em quando.
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