sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Dica de série: Wynonna Earp

Wynonna Earp é uma série de TV canadense de horror e sobrenatural, baseada nas histórias em quadrinhos de Beau Smith que levam o mesmo título, a série criada por Emily Andras (Lost Girl), estreou em 2016 e não fez muito barulho na época, o que gerou certo desconfiança sobre a sua renovação, porém ela foi aos poucos formando um público específico e fiel, o que resultou em mais uma temporada em 2017. A segunda temporada teve seu ultimo episódio exibido na semana passada(25/08/2017). E agora sem mais delongas vamos falar um pouco sobre o enredo da série.



A história gira em torno da família Earp e a maldição que recai sobre ela. De geração em geração o primogênito da família tem a missão de proteger a cidade de Purgatório, uma cidadezinha do interior dos Estados Unidos, que parece esquecida no tempo, onde mortos-vivos enfestam o lugar, mas não pense que estamos falando de algo estilo zumbis, pois os mortos-vivos de Purgatório são como pessoas comuns a não ser pelo detalhe de não estarem mais vivos e terem alguns poderes, como o de não serem mortos novamente tão facilmente, e o problema é que a maioria deles acabam indo para o lado do crime ou tem assuntos pendentes e buscam algum tipo vingança, e a principal dela é se vingar da família que a anos os mandam de volta para o lado dos mortos.

Logo no primeiro episódio temos a apresentação de Wynonna (Melanie Scrofano), uma jovem que acaba de completar 27 anos, a herdeira Earp, a filha mais velha que está de volta a sua cidade natal depois de anos sem contato. Porém logo descobrimos que ela não tem muito interesse nos negócios de sua família, o que alias havia lhe custado muito caro, inclusive a morte do pai e da irmã mais velha. A maldição dos Earps recai sobre o filho mais velho, e no caso como sua irmã mais velha estava morta, a responsabilidade agora seria dela, independente de sua vontade.


Wynonna é desbocada independente tem um estilo rebelde de ser, e mesmo tentando se afastar de sua sina, acaba presa a ela, o que nos leva uma jornada do herói ”heroína”. 

Um dos motivos da permanência da moça na cidade é sua irmã caçula, Waverly (Dominique Provost-Chalkley), as duas são muito ligadas, e uma só tem a outra o que as torna ainda mais próximas. Waverly diferente da irmã é interessada na história dos Eraps, e deseja ajudar de alguma forma a por um fim na maldição.


O núcleo principal é pequeno e funcional, o que lembra um pouco filmes western, imagens de grandes planos gerais, divisão entre a cidade civilizada e a selvageria, comuns do gênero, ambientam o clima da pequena Purgatório, que tem uma divisão policial com xerife e um agente especial que vem de uma cidade grande para tentar estabelecer algum tipo de ordem na cidade, um bar onde se passam muitas das sequências, na qual temos cenas de briga e troca de tiros dignas do estilo velho oeste.


















Outra referência cinematográfica que se percebe na série é sua estética semelhante a de filmes trash, como os filmes John Carpenter como por exemplo, seja pelo sobrenatural ou pelos exageros tanto nas cenas de ação e lutas, como também na construção do ambiente que de certa forma acabam gerando algum desconforto, com contrastes de clima seco e sangue jorrando com efeitos visuais simplórios, porém divertidos.

Wynonna Earp , 2017
Vampiros de John Carpenter, 1998




Outro traço de referência de direção de arte marcante são os filmes do Robert Rodriguez e do Quentin Tarantino, dois diretores que mesclam elementos do trash com o Western, produzindo efeitos interessantes que acaba dando mais valor a narrativas com temáticas sobrenaturais.
"Planeta Terror"  - Robert Rodriguez, 2007



"Planeta Terror"  - Robert Rodriguez, 2007



Wynonna Earp , 2017








Wynonna Earp , 2017













Kill Bill - Quentin Tarantino, 2004



















A história é repleta de sobrenatural além dos mortos-vivos que andam a solta pela cidade, e da Waynona Earp que é a única capas de detê-los e mandá-los de volta com uma arma pacificadora que só funciona em suas mãos, ainda há vários outros mistérios aos quais nem mesmo a herdeira conhece, o que acaba funcionando bem como gatilho para o desenrolar da série, e gera o atrito entre os personagens.



Outro destaque da série Waynona Earp é a presença marcante feminina, em papéis fortes e de destaque, o que gera identificação com um novo público feminino, que busca uma representatividade mais efetiva dentro do audiovisual no que desrespeito entretenimento. 
Para os fãs de plantão a série foi renovada para a terceira temporada, e a primeira está disponível no serviço de streaming Netflix. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Erotismo e a cidade: Vidas nuas (1967) de Ody Fraga

  O aspecto mais interessante em Vidas nuas é a fluidez como a cidade de São Paulo é filmada, desde seu primeiro plano quando temos acesso ...