Afonso Segreto e o cinema brasileiro
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Afonso Segreto |
Em um domingo no dia 19 de junho de
1898, na baía de Guanabara, Afonso Segreto realizou as primeiras imagens do
Brasil. A bordo de um barco francês chamado Brésil, Afonso, que havia comprado
um cinematógrafo dos irmãos Lumière em Paris, filmou a baía de Guanabara com o
equipamento depois de dezesseis dias de travessia.
Pouco se sabe sobre Segretto. Por orientação de
seu irmão Paschoal Segreto, Afonso realizou entre 1898 e 1901 cerca de sessenta
fitas que constituem a maioria das filmagens que ocorreram no país e que
infelizmente foram perdidas. Já Paschoal, foi o primeiro grande empresário
voltado para o entretenimento no Brasil, sendo responsável pela entrada do
cinema no país.
Vindo de uma família pobre, Paschoal se viu
obrigado a ir para o Brasil em 1883 para tentar a vida. Chegou junto com seu
irmão mais velho, Gaetano. Os irmãos trabalharam no Rio de Janeiro vendendo
bilhetes de loteria e jornais, o que os levou a organizar um pioneiro sistema
de bancas. Quando se estabelecem no Brasil, trazem o restante da família.
Afonso é o próximo a chegar no país.
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Paschoal Segreto |
Em 1898, Afonso viaja para a Europa e compra e
aprende a usar um Cinematógrafo (criado pelos irmãos Lumiére), que ele trouxe
de volta para o Brasil onde começou a produzir os seus primeiros filmes. Os
filmes de Afonso constituíam de fitas de curta duração, compostos por planos
autônomos que inicialmente, abordavam os rituais e os representantes do poder,
como aparições de presidentes da república e o movimento das tropas,
nitidamente fazendo parte da política de boa vizinhança que Paschoal possuía
com as elites do país. Alguns títulos são: “Chegada do Dr. Campos Sales a
Petrópolis” (1898) e “Um Batalhão do Exército” (1899). Também havia a
documentação de atividades pitorescas da cidade, como “O Largo de São
Francisco” (1898) e “A Praia de Santa Luzia” (1898). Algumas desavenças entre
Afonso e Paschoal, faz com que o primeiro seja mandado de volta à Itália, parando
assim de produzir seus pequenos filmes. Paschoal segue na produção e exibição
de filmes enquanto começam a surgir no país mais produtores e exibidores de
filmes que inicial assim um grande ciclo com cerca de duzentos filmes por ano
entre 1907 e 1911. Paschoal morreu em 22 de fevereiro de 1920, no comado de sua
empresa, enquanto de Afonso, nunca mais soube-se nada depois de sua volta à
Itália.
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