Terror psicológico e existencial marcam “O Parque Macabro”
Texto de: Tarcísio Paulo Dos Santos Araújo
Lançado em 1962, “O Parque Macabro” (Carnival of Souls) foi
dirigido por Herk Harvey e teve um orçamento de 33 mil dólares. Sem chamar
muito a atenção do público na época de seu lançamento, o primeiro e único longa
de Harvey (que depois se dedicou mais a curtas-metragens de documentário e
curtas de ficção) conseguiu o status de clássico cult depois de diversas
exibições na TV e em festivais do gênero nos EUA. No Brasil o filme foi lançado
em DVD pela Versátil Home Video em 2015, na coletânea “Obras-primas do Terror
Vol. 3” com o nome “Carnaval de Almas”.

Descobrimos depois que a personagem toca órgão
profissionalmente nas igrejas e que acaba de ser transferida para outra cidade
para tocar na igreja do lugar. Na estrada, a mulher passa a ver um estranho
homem que começará a aparecer diversas vezes para a jovem. Além disso, Mary se
mostra cada vez mais atraída em entrar em um parque abandonado que existe ali
perto.
Com poucos recursos, mas muita criatividade, Herk Harvey
consegue criar um filme com uma atmosfera envolvente e sinistra. Nada sabemos
sobre o passado de Mary, deixando muitos acontecimentos da narrativa aberto a
interpretações que podem ou não revelar algo sobre o passado da mulher. Será
que Mary carrega alguma culpa e precisa se redimir? Ou o que acontece com ela
revela apenas seu presente, sem ligação alguma com seu passado?

A fotografia em preto e branco só ajuda na beleza plástica do
filme, compondo assim um universo distópico (pelo menos para Mary), além de alguns
elementos que beiram ao surreal. A simples maquiagem na cor branca usada pelos
atores que fazem papel de fantasmas também ganha um realce com a fotografia do
longa, deixando-a mais intimidadora.
Com um final não muito surpreendente, embora estejamos
falando de um filme de 1962, cujo final já foi visto em outros filmes após este
ano, “Parque Macabro” é um filme que vale a pena ser visto pelos fãs do gênero.
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