O poder da Imaginação
na infância é retratado em “O Reflexo da
Maldade”
Texto de: Tarcísio Paulo Dos Santos Araújo
Através desse duplo
universo entre imaginação e realidade, somos convidados a embarcar na história
de “Reflexo da Maldade”. Se de um lado temos Seth, como um menino com poucos
amigos e cheio de imaginação vivendo no interior, temos do outro, uma vida mais
dura. O filme toca em questões pesadas para uma realidade infantil, como
pedofilia, abuso infantil, assassinatos e as consequências da guerra.
misterioso carro preto
costuma andar pela cidade (aparentemente) recolhendo pessoas e as matando,
deixando os corpos em lugares diferentes.
Em meio a isso tudo, o
menino parece buscar na volta do irmão mais velho, uma tentativa de escapar de
sua realidade, embora muitas vezes não percebemos que o garoto pareça sofrer
com a maneira que vive. O filme fica mais interessante quando entra em questões
como o sentimento de perda, por conta da guerra. Ficamos divididos entre os
relatos de Dolphin que perdeu seu marido e que nunca mais conseguiu se
recompor. A mulher traz em seu sofrimento um pouco de excentricidade que para
os olhos de Seth, faz dela uma vampira. O mesmo acontecerá quando Cameron
começar a se envolver com a mulher. Se de um lado torcemos para o casal, do
outro tentamos entender o temor de Seth, que também é carente de afeto e
atenção, e que tenta desesperadamente “salvar a vida” do irmão.
É curioso que mesmo com
algumas travessuras, percebemos como o filme parece explorar uma possível
tendência do menino em adquirir um comportamento mais violento, mesmo que o
menino não faça nada contra ninguém. Pelo menos não de forma direta. A morbidez
também tem um importante papel na vida de Seth. O garoto encontra um bebê morto
e passa a acreditar que a criança seja seu amigo, que foi achado morto dentro
da caixa d’água de sua própria casa.
“O reflexo da Maldade”
é um interessante filme sobre a perda da inocência, além do retrato de uma
infância negligente e sem afeto que pode ter preocupantes resultados futuros
para um menino de sete anos.
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