O
código Bill Gates é uma minissérie documental da Netflix, dirigida
e produzida por Davis Guggenheim, documentarista famoso por grandes
sucessos polêmicos, como “Uma Verdade inconveniente” (2006) e
“Esperando pelo super-homem” (2010).
A
série é composta de três episódios nos quais podemos ter mais
informações sobre e a vida e a história da controversa da figura
de Bill Gates, o homem que construiu um império, revolucionou a
tecnologia mundial com o bum dos computadores pessoais e com a
presença massiva de seus sistemas operacionais, se tornando e
permanecendo por anos a pessoa mais rica do planeta.
A
pesar da série trazer parte da história de Gates ela não foca
tanto em seu passado, ou em como ele se tornou uma das pessoas mais
poderosas do mundo, a cada episódio temos na verdade uma grande
entrevista com o próprio Bill Gates, no qual ele mesmo nos apresenta
sua vida, divide lembranças, e perincipalmente ficamos sabendo o que
ele anda fazendo agora que não está mais a frente da Microsoft.
Aos
64 anos de idade Bill Gates se dedica aos projetos da sua fundação,
“Bill e Melinda Gates”, e é sobre esses projetos que a série se
estrutura, nas causas humanitárias da fundação filantrópica que
tem metas grandiosas como levar saneamento básico a áreas remotas
da terra, acabar com a poliomelite, e a busca por uma solução em
relação as mudanças climáticas na produção de energia limpa e
barata.
Todos
esses projetos são gigantescos e não possuem muitas possibilidades
de sucesso total, pois envolvem mais do que invesamentos milionários
e boa vontade, exigem cooperação global e politica. Vamos
descobrindo que problemas tais como construir um banheiro em uma
aldeia muito pobre passa por uma série de fatores como a ausência
de água encanada ou mesmo a falta de uma estação de tratamento de
esgoto, e que caso alguém queira apenas construir banheiros, vai ter
que levar isso e muito mais em consideração.
A
série apresenta Bll Gates como um homem que sua maior qualidade é
ser um excelente programador, genial na hora de solucionar problemas
e resolver algoritmos, de reverter tecnologia em soluções
importantes, da mesma forma como dedicou boa parte de sua vida ao
mundo da informática a frente da Microsoft, ele agora trata dos
assuntos de sua fundação da mesma forma, tentando resolver
problemas sociais, como um grande quebra-cabeça cheio de peças que
precisa se encaixar. Como um algoritmo que precisa ser resolvido e
isso torna a série atraente e envolvente para quem está assistindo,
o espectador fica realmente interessado em saneamento básico e em
higiene e intrigado em como isso pode salvar milhares de vidas.
A
série nos leva a refletir, como nunca nos preocupamos com coisas
básicas como essas porque já temos acesso à água e a esgoto
encanado, e nos esquecemos que ainda existe uma parcela enorme da
população que mundial que ainda sofre pela falta de recursos
considerados básicos.
Para
solucionar problemas como vacinar uma população é necessário mais
que vacinas e voluntários precisa de mapas claros de regiões, o
que, por incrível que pareça, sim, ainda existem regiões africanas
sem mapas, completamente esquecidas, devastadas por guerras onde boa
parte da população ainda morre de poliomelite, e levar a vacina que
já existe a anos exige enfrentar todas essas adversidades.
O
tema mais polêmico da série é em relação a ideia de produção
de energia limpa a partir da produção de energia nuclear, ideias
que parecem completamente antagônicas, e que sim, é objeto de
pesquisas sérias e investimentos de Gates. A série tenta nos
mostrar o quanto isso é possível e seguro. O fato é que a ideia
ainda não pode ser provada e testada por uma série de fatores,
porém conta com cientistas e engenheiros entusiastas do assunto que
estão trabalhando no projeto que promete ser uma solução viável
para o problema de produção de energia limpa global.
Em
meio a essas metas gigantescas vamos conhecendo de forma íntima
Bill Gates, conhecendo partes de sua infância e adolescência, sua
paixão pela leitura e pelo conhecimento. A Série não deixa de fora
nem mesmo a história polêmica do processo sofrido pela Microsoft e
por Bill Gates nos Estados Unidos, da lei o que quase levou a empresa
a falência, por desrespeitar as leis
antitruste.
Vale
a pena conferir a série documental, ela é muito bem estruturada e
interessante, dirigida com delicadeza, utilizando de diversos
recursos de linguagem para aborda temas não tão fáceis de serem
digeridos.
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