segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

O Cinema de Tim Burton










Timothy William Burton, nasceu em 25 de agosto de 1958 em Burbank, nos EUA. Na infância, Burton era muito recluso e não tinha amigos. Passava o tempo lendo livros de terror e ficção científica, e assistindo a filmes de terror B, universo esse que sempre o atraiu.
Tim Burton estudou desenho na California Institute of the Arts e logo ganhou uma oportunidade que mudou sua vida. Após seus trabalhos terem sido descobertos, Burton foi contratado imediatamente pela Disney, onde trabalhou nos filmes “O Cão E a Raposa” (1981) e “O Caldeirão Mágico” (1985). Depois de algumas desavenças com seus colegas por conta da parte criativa, a Disney reconheceu o talento de Burton e aprovou o seu projeto para o curta “Vincent” de 1982, que se tornou um sucesso de crítica e recebeu diversos prêmios.
Burton fez outros curtas, incluindo “Frankenweenie” de 1984, a primeira produção em live action do cineasta. O curta porém, não foi lançado por ser considerado não muito apropriado para crianças, por conta do tom sombrio demais. Paul Reubens (também conhecido como Pee-Wee Herman) viu “Frankenweenie” e apostou em Burton para dirigir seu filme “As Grandes Aventuras de Pee-wee” de 1985. O filme surpreendentemente foi um sucesso e Tim Burton se tornou popular. A partir daí vieram diversos filmes e clássicos como “Os Fantasmas se Divertem” (1988), “Edward Mãos de Tesoura” (1990), “Batman: O Retorno” (1992), e “O Estranho Mundo de Jack” (1993), que foi dirigido por Henry Selick, mas produzido por Burton.


O garoto solitário e excêntrico parece continuar vivo, mesmo que de formas diferentes nos temas dos filmes de Burton. É comum encontrarmos personagens desajustados socialmente mal interpretados pelas pessoas e que são cobrados a serem algo que não são, resultando na tentativa falha de se encaixarem no mundo. É curioso notar como esses excêntricos personagens conseguem facilmente conquistar a empatia do público e nos fazer torcer por eles, por mais estranhos que eles possam parecer. Mas afinal, quem é 100% “normal”? Talvez o diferencial no cinema de Burton, seja justamente colocar uma lente de aumento nas excentricidades humanas.
Os finais de seus filmes costumam fugir dos finais já estabelecidos e que geralmente são mais esperados pelo público. A sociedade dita como “normal”, também costuma ser alvo de reflexão nos seus filmes, que às vezes é representada de forma chata e monótona. O visual nos filmes de Tim Burton, são uma atração a parte. Eles costumam exaltar uma atmosfera mais sombria e cheia de fantasia,  havendo muito o uso de sombras e elementos disformes, que caracterizam uma fuga da realidade, influências essas que vêm do expressionismo alemão e dos filmes antigos de terror.     
O cinema de Tim Burton é sem dúvidas um grande diferencial para o cinema (pois questiona uma “normalidade” já está estabelecida e mais valorizada no mundo) e merece ser conferido por todos e principalmente pelos fãs de uma atmosfera diferente, mas que ao mesmo tempo pode encontrar espaço para um pouco de humor em um universo fantástico.

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